“Diz-me o que comes…”

Camilo & Forster

lustração: Inga F.

by Michael W.

Em O Vinho do Porto: Processo d’uma Bestialidade Ingleza *, Sinval explicava a Camillo que “há uma só distinção que extrema o homem de todos os outros animais (…) A mentira. O homem é o único animal que mente”.

Na pena de Camillo, o famoso Barão de Forrester, num infame panfleto sobre a produção do vinho do Porto, e que provocou um “abalo intestinal no mercado de Londres”, acusa os lavradores Continuar a ler

Aneto Wines

by Michael W.

Seguíamos velozmente, naquele final de tarde invernal, o carro de Francisco Montenegro, que por vezes desaparecia pelo meio de reflexos ígneos de um sol mortiço para depois emergir no final de uma qualquer curva. Uma vez chegados às portas da quinta do Aneto, um cheiro a terra, levemente perfumado e adocicado, chegava de parte incerta, trazido pelo vento frio que entretanto despertara.

Chamou-nos a atenção uma velha casa imponente, de vista sobre o Rio Douro e o Marão, uma casa que, como tantas outras do género, seria espaço de histórias íntimas por contar. O nosso anfitrião em breve nos levaria a visitá-la, mas não sem primeiro passar pela adega. Mal podíamos adivinhar os aromas que nos acometeriam assim que atravessássemos as portas de vidro que davam acesso à adega. Continuar a ler